João José Menescal de O. Saldanha

Vento de Guaramiranga

Um vento leve, A bramir as moléculas Sobe a serra E encerra. Vento que a vida trará, Do alto e do distante, Pelo espaço, Rompendo o aço, Derrubando artes... Pelo teu corpo sedento O vento passa. Alisa teus cabelos, Acaricia as dobras De tua orelha. Onde está o vento ?! Eis o vento, Vento... Vento... Vento... Invade em turbilhões As mangas de tua camisa Arrefecendo o calor De teu busto, Beijando teu rosto, Desempoeirando tua Alma... ...E de vento em vento, Em vento, Invento o vento Que te recupera Do esforço da subida. Sois de vento, Iremos todos no vento, Pois somos o próprio invento Dos ventos que fazem O frio... ...Quem dera fosse Eu o vento. Na descida embalar Teu corpo refeito, Dar-te velocidade, Carreira, Rompendo limites, Para que tu possas, Como um vento, Correr com os Ventos de Guaramiranga.


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