Maria Aparecida Reis Araújo

Palavras

O poeta se esconde na falácia dos ventos, nos nódulos do tempo, no perfume das essências, em urdiduras do mar e espraia seu canto de nostalgia e pânico submersos. Abre janelas e colhe neblina com efervescência de sol, num vôo sutil de borboletas.

Pastor e peregrino arrebanha palavras e lapida silêncios. Sobreleva à cantiga de estrelas a chuva polindo o âmago da terra - solidão de pedras, criando silos em corpos de argila. Bebendo o desvairado vinho da lucidez, entorna réstias de luz nos estertores da alma.


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