Marcelo Almeida de Oliveira
Dom quixote I
						Se demônios te atormentam,
						em casa ou na rua,
						quando sol ou quando lua,
						olhe para qualquer lado e me veja,
						espelho de carne;
						escute os murmuros que o vento carrega e me ouça,
						eco distante;
						certeza que desta vez não é sua cabeça
						que doente te prega peças;
						esqueça a paranóia e perceba
						que louco, você me é,
						louco, você sou eu,
						louco, você e eu.
						Penso naquilo que você pensa, mas não fala;
						temo aquilo que você teme, mas não demonstra;
						sei das flores na sua cabeça, mas você não as mostra;
						sei que sua vontade é gritar, então apenas o faça,
						como tiro de fuzil,
						alívio como nunca sentiu,
						na língua, baioneta,
						como lança, uma caneta;
						espantando os demônios...
						guerreiro, você sou eu,
						guerreiro, você e eu.
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