Luiz Lopes Sobrinho


Ciúmes

Não é que o amor que nos meus olhos vista, Tão cheio de ternura, ardendo em chamas, Que inda implora, aos céus, num pranto triste, O teu amor, ao ver que me não amas, Já se tenha acabado! Ainda existe! Desgraçado de mim... Tu mais me inflamas, Com tua indiferença, pois partiste, Deixando o meu amor, envolto em tramas! E se hoje, acabrunhado, ando fugindo De tua doce presença — agora amarga, Pela tristeza que me vai ferindo, É só porque, já não suporto ver-te Passar, da vida, pela estrada larga Unida àquele que me fez perder-te!


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *