Lucídio Freitas


O Incêndio

O ar queima, o vento queima, a terra queima e abrasa. ondas rubras de Sol batem fortes na areia... No espaço nem sequer um leve ruflo de asa, Passa aos beijos do Sol que fustiga e esbraseia. Fogo de um lado e de outro e o vento o incêndio ateia, Da planície a fazer vasto lençol de brasa; E o fogo sobe e desce, e volta, e mais se alteia, E abraça e beija, e morde a ossatura da casa. Nisto um grande rumor pela terra se escuta. Braços abertos no ar, soluçando, o Castelo, Se desmorona, enfim, depois de estranha luta. Velho Castelo Real! ó sombra de outra idade!... Lembras hoje, depois desse horrível flagelo, As ruínas de Sol no poente da Saudade! ...


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