Leda Costa Lima


Trabalhando a Terra

Descendo o barranco, trilhando o caminho — caminho de barro, poeira, cascalho, vou rumo ao trabalho, ó vale deserto, ó vale coberto, por nuvens de fé! Porei grãos no seio da terra-promessa, da terra-esperança! Meus campos cultivo, eu planto, semeio, trabalho cativo! Enterro a semente — semente tão frágil que quer germinar! Na minha labuta, meu corpo na luta, cavando, cavando, assim vai jorrando, suor do meu rosto! Incrível batalha! Trabalho com gosto, o arado trabalha a terra que geme, a terra que trema, que quer florescer! E a máquina ágil trabalha feroz, febril, tão veloz! O solo enobrece e a planta floresce!


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