José Raimundo Gonçalves 

Desencanto
 
Coração, coração, porque me deste 
Sonhos tão lindo de felicidade 
Histórias de inocente alacridade 
E eterno sonhador me propuseste 

Vida, vida, porque me compuseste 
Sensível, se me jogas na maldade 
De um mundo que despenca sem piedade 
Num oceano de instintos inconteste 

Minha alma, presa à minha musa, um dia 
Sonhou que ser poeta eu poderia 
Invulnerável na ilusão de asceta  

Mas o tempo, que a tudo faz mudar 
A cada instante mau me faz provar 
Do fel que é, dentre os homens, ser poeta.

 
Remetente: Chico Poeta

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  24 de novembro de 1997