José Maria Nascimento


A Casa de Palha

A coberta da casa tinha o verde das palhas. A colheita da lenha ao rebentar da madrugada. O macio lençol de linho ao calor dos raios solares. A festa de um novo teto em um Domingo de Páscoa. Latas de leite Ninho vazias: raros tanques de guerra, fertilizavam as alegrias dos meus Natais passados. Nenhuma só moeda queimava as minhas pequeninas mãos. Até o presente era uma irmandade com o futuro sempre fertilizado. A chama do tempo de leve tudo foi consumindo tudo. Levou os meus carneiros e as verduras do quintal. O ara da noite se misturou com cinzas: é sufocante! Ó misteriosa e amada natureza, como monótona ficou a existência!


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