João Fortunato


História Triste

Ao Vasco Granja Debaixo da magnólia No jardim sossegado O menddigo adormecera… Agora, Já não tinha calor Aquele corpo enregelado, Ali, no banco, abandonado, A vida, dele se esquecera. Uma flor que caíra Ao velho chapéu se lhe prendera… E os raros que passavam Na noite silencioso, Não passavam, E, de mais não cuidando, Riam Da caricatura Do chapéu roto florido! Somente um cão vadio Que se fora aproximando Tentou saber quqlquer coisa; Mas logo também se ia, Soltando triste latido, Ao sentir a mão tão fria Que, do banco, imóvel, pendia… Neste momento fugiu Um pássaro que se assustou; A magnólia estremeceu, E mais uma flor tombou… Já longe, o cão vadio, Aos pávidos astros uivou… (in Antologia de Poetas Alentejanos)


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