Isolda Pedrosa

Ao Meu Poeta
 
Meu poeta dos olhos tristes
que nas noites indormidas
afaga a minha alma
com mãos de sonho!
Não me olhes nunca
com esse olhar dormente
que é de dor e de saudade,
que falam de vultos confusos
que ficaram em teu passado.
Não me olhes nunca
com esse olhar magoado
de quem se confundiu...
com esse olhar torturado
de quem se perdeu!

Meu poeta,
que espalha versos
ao longo dos caminhos,
fica ao meu lado.
fica em silêncio
porque as palavras
nunca alcançam o sentido
os grandes sentimentos.

Basta que me olhes,
longa e pausadamente,
buscando a essência
da minha alma
como se eu fosse a mulher primeira
a habitar o  teu pensamento.
Enxerga-me, poeta,
e encontrarás à tua espera
o amor que eu guardei
para ofertar ao teu destino.
 

  
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