Humberto Teixeira 

Asa Branca
 
    Quando oiei a terra ardendo 
    Quá foguera de São João 
    Eu perguntei a deus do Céu, ai 
    Porque tamanha judiação 

    Qui braseiro, qui fornaia 
    Nem um pé de prantação 
    Pru farta dágua perdi meu gado 
    Morreu de sede meu alazão 

    Inté mesmo a asa branca 
    Bateu asas do sertão 
    Entonce eu disse, adeus Rosinha 
    Guarda contigo meu coração 

     Hoje longe muitas léguas 
    Numa triste solidão 
    Espero a chuva cair de novo 
    Pra mim vortá por meu sertão 

    Quando o verde dos teus óio 
    Se espraiá na prantação 
    Eu te asseguro, num chore não, viu?
    Que eu vortarei, viu, meu coração.

 
[Músicado por Luís Gonzaga, 1947]
 
Remetente: Marlene Andrade Martins

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  01 de dezembro de 1997