Heleno Godoy 

Sem Título
 
sísifo rola sua pedra abismos
salmões sobem seus rios desova
o que  lhes sobra dessa hora cova
a conter-lhes, soma, os algarismos

em pedir e o porquê e a quem cuidasse
um número só, o que se faz semente
plantasse lá canteiro ou flora ausente
no esquecer fruto de que se lembrasse

não do engodo, a aceitação de trégua
mas do fato, sêmele insensata
ao revelar-se inteiro, casamata
seu engano tolo, medido em régua

 
 
[ Poema extraído do livro Fábula Fingida - Rio de Janeiro, 1985. ]
       

[ ÍNDICE DO POETA ][ PÁGINA PRINCIPAL ]
 
 
 
Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  02 de dezembro de 1997