Herrique Guerra

O Moringue

O sol que queima as folhas das palmeiras E os pés caminhantes sobre a areia O sol que traz o vento e afasta o peixe Ele não esquentará a água do moringue. Não há sol no canto desta casa Há sombras dos luandos que fazem as paredes A areia do chão traz a frescura da terra Os caniços do luando têm a frescura Que trouxeram das terras de Cabíri Quando, de andar nas canoas, voltamos do mar E a garganta vem a arder como se era sal A água do moringue sabe-nos como nada mais. E, a quem nos pede, com o coração alegre, Nós a oferecemos, nas canecas de esmalte.


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