Gervásio de Pilares


Soneto

Ó triste mausoléu! Ó urna fria! funesto monumento, sombra escura, depósito fatal da formosura, horroroso despojo da alegria. Permite que te façam companhia, as lágrimas que verto com ternura, e sirva tanto mar de sepultura, em que se oculte o Sol do melhor dia. Mas se não tens da pedra a natureza, quando pranto que é tão multiplicado, não consegue abrandar tanta dureza: deixa que nessa pira arda abrasado, este meu coração logrando a empresa, de ser em holocausto consagrado.


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