Carlos Gondim

As Cimbúlias

Irrequietas, à flor das ondas, em cardumes, Ora róseas, abrindo as asas, ora azúleas, Vogam na espuma argêntea, em seus radiosos lumes, Como efêmeros sóis, errantes, as Cimbúlias, Centenares, ao léu das vagas em cerúleas Conchas, de burgalhões e remotos negrumes Surgem, bailando ao som de misteriosas dúlias, Haurindo à equórea planta os estranhos perfumes. Loucas, no amplo lençol das águas espumantes, Brincam: - e é todo o mar refúlgida Golconda De topázios, rubis, safiras e diamantes ... E, volúveis, ruflando as asas sobre as vagas, Em farândola ideal, elas vão de onda em onda: — Borboletas do oceano, adormecer nas fragas. (Ânsia Revel 1929)


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