Gustavo de Matos Sequeira



Nossa Senhora da Orada

Aldeia de romance; a igreja a meio, pomba branca tentando-a com as asas, e alvas, também, ao derredor, as casas, procurando o calor daquele seio! E tudo limpo e claro. Sem receio podiam-se beijar as pedras rasas que o barro, às ondas, rubro como brasas, cinge e contorna num ridente enleio. As parreiras às portas, como redes de verdura, mantelam os beirais, o azul do céu pincela-lhe as paredes, o amor à terra aquece as casas todas, e terra e céu, em beijos virginais, vivem cantando a festejar tais bodas.


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