| Cerca de grandes muros quem te sonhas. Depois, onde é visível o jardim
 Através do portão de grade dada,
 Põe quantas flores são as mais risonhas,
 Para que te conheçam só assim.
 Onde ninguém o vir não ponhas nada.
 Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
 O teu jardim com lho vais mostrar.
 Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
 Deixa as flores que vêm do chão crescer
 E deixa as ervas naturais medrar.
 Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
 Saber mais que um jardim de quem tu és -
 Um jardim ostensivo e reservado,
 Por trás do qual a flor nativa roça
 A erva tão pobre que nem tu a vês...
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