| Como uma voz de fonte que cessasse (E uns para os outros nossos vãos olhares
 Se admiraram), p'ra além dos meus palmares
 De sonho, a voz que do meu tédio nasce
 Parou... Apareceu já sem disfarce
De música longínqua, asas nos ares,
 O mistério silente como os mares,
 Quando morreu o vento e a calma pasce...
 A paisagem longínqua só existe
Para haver nela um silêncio em descida
 P'ra o mistério, silêncio a que a hora assiste...
 E, perto ou longe, grande lago mudo,
O mundo, o informe mundo onde há a vida...
 E Deus, a Grande Ogiva ao fim de tudo...
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