Fernando Pessoa

Não tenho que sonhar que possam dar-me
 
NÃO TENHO que sonhar que possam dar-me
Um dia, vero ou falso, as rosas vãs
Entre que em sonhos mortos fui achar-me
No alvorecer de incógnitas manhãs.
Não tenho que sonhar o que renego 
Antes do sonho e o recusar a ter,
Sou no que sou como na vida é um cego 
A quem causou horror o poder ver.
Isto, ou quase isto... Só do sonho morto
Me fica uma imprecisa hesitação -
Como se a nau [...]
   
Remetente : Ângela Campanha 
 ÍNDICE DO AUTOR | PÁGINA PRINCIPAL