| VÃO VAGOS pela estrada,
 Cantando sem razão
 A útima esp'rança dada
 À última ilusão.
 Não significam nada.
 Mimos e bobos são.
 Vão juntos e diversos Sob um luar de ver,
 Em que sonhos imersos
 Nem saberão dizer,
 E cantam aqueles versos
 Que lembram sem querer.
 Pajens de um morto mito, Tão líricos!, tão sós!,
 Não têm na voz um grito,
 Mal têm a própria voz;
 E ignora-os o infinito
 Que nos ignora a nós.
 
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