Moacir Félix


Tarde na Ilha

Não sei por que, mas tenho uma vontade mansa de tomar chá com Thomas Steams Eliot, de não dizer nada de não perguntar nada, e ficar olhando todas as manchetes e todas as capas de todos os livros, olhando de olhos vazios não como os do morto, mas vazios como o luar que orvalha a tamareira e o poço. Uma vez ou outra, ouvirei a colherinha pousar na porcelana frágil, e é tudo que eu ouvirei, a colherinha de prata. Talvez até lhe disesse uma coisa qualquer, uma coisa só para quebrar o silêncio, só para isso, uma coisa sem importância, simples, como por exemplo: Você sabe, ó T. S. Eliot, minha mãe já foi muito bonita ...


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