Álvaro de Campos
 
Quero Acabar
 
    Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
    Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
    Falem pouco, devagar.
    Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
    O que quis?  Tenho as mãos vazias,
    Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.
    O que pensei?  Tenho a boca seca, abstrata.
    O que vivi?  Era tão bom dormir!
 
 
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