Elisabeth Veiga


Enigma

Malícia, fidúcia: as unhas pintadas de mel. E o vestido da nudez oculta a velhice da alma. Verdes mares longínquos da mocidade: ressaca de vinho tinto. Que punhal é esse que não vejo e usas, de súbito e engulo, e com uma cobra por echarpe sirvo a mesa de luto: não sou a mesma. E quem és? Quem és? Responde com a tua inocência de um tiro. Em que bolso estava quem eu vejo? Mas tão depressa que parece nada. A mesa é a mesma: é madeira sem surpresa. O que é servido evapora. Quem eras?


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