Esthergilda Menicucci


Vagas imensas invadem meu cérebro

Vagas imensas invadem meu cérebro E afogo-me. Vagas que vêm Sem pedir licença. Tormentosas vagas que engolem E destroem. Olho o espaço e reconheço Que somos massa Disforme, Sem vontade de aspirar Coisas maiores. A desesperança Chega. Tento livrar-me E mil braços me engolem. Ouço gemidos E reconheço Meus próprios gemidos. O passado se faz presente E assisto as minhas vidas Como num espelho passarem. Tento das cenas livrar-me E apenas a angústia Veio mesmo Para ficar.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *