Emerson dos Santos Moura

Esses Dias
                  
 
Essa estrada eu conheço
Ela não nos levará de volta
Ela não leva a lugar algum
Olhe a nossa volta
Esses corpos caídos, inertes
Você consegue reconhecer o seu rosto?
Somos nós
O que restou está no ar
Uma névoa densa que preenche nossas almas
Elas gritam
Procuram algo que é delas por direito
Os nossos corpos
Já passou
E nem vimos o que aconteceu
Você não sabe como eu odeio
Essas suas lágrimas
Quando elas tocam o chão
Tocam meu coração
Ele sangra, mas você não pode ver 

E esse é o meu maior medo
Ver suas lágrimas tocarem o chão
Você não sabe como sinto partindo seu coração
Mas às vezes não podemos escolher nossos caminhos
E dor já faz parte de mim
Não espere uma resposta
Eu não a tenho
Não me peça mais do que eu posso
Eu não consigo
Não me ame tanto assim
Eu não mereço
Espero que não precise de mim
Estou fraco
Não se entregue
Você nunca fez isso
Como gostaria de ser seu ombro amigo
Mas eu não posso
Simplesmente porque aquele que você conhecia
Se foi...

                                                                           
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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  25  de  Maio  de  1998