Emerson dos Santos Moura

Sem Sentido
                  
 
Caminho na mais clara das noites, não há lua ou estrelas
Não sei o que procuro, mas sei que encontrarei em você
O chão se derrete sob meus pés
Grito três palavras e seu nome
Não há som, os vidros se partem 

A realidade parece tão distorcida
Talvez seja por isso que me agarro às minhas ilusões
E engano a mim mesmo
Finjo que a dor é menor
E ainda consigo dar mais um passo adiante 

Olho dentro de mim, procurando você
Tudo é tão negro e assustador, tenho medo
Grito seu nome novamente
O silêncio ecoa em minha cabeça em volume impossível
Por que você não está aqui??? 

Nesse mundo tão complicado
Com seus deuses, demônios e pessoas
E ninguém enxerga...
Deuses e demônios estão dentro de nós mesmos
Nada cai do céu, é preciso lutar
Mas eu não luto 

A salvação parecia a milhas de distância, mas você apareceu
Transformando algumas ilusões em realidade
Clareando a escuridão, solidificando o chão sob meus pés
Diminuindo a dor..., mais uma vez chamo seu nome
A incerteza abafa minha voz, os vidros se partem 

São tantas coisas que eu gostaria de dizer
Eu não digo... A incerteza abafa a voz???
Nesse sonho tenho medo de acordar
Medo desse monstro chamado REALIDADE
E ele sempre nos acompanha 

Tudo parece tão sem sentido

O fantasma do despertar me persegue
O sol nasce, a noite que morre
A escuridão persiste, você não está aqui
E quando o chão derretia sob meus pés
Tudo que eu queria sussurrar era "Eu te amo..." 

Tudo tão irreal...
Tudo tão verdadeiro... 

                                                                           
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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  25  de  Maio  de  1998