Diniz


Soneto

Da bela mãe perdido Amor errava Pelos campos que corta o Tejo brando, E a todos quantos via suspirando Sem descanso por ela procurava. Os farpões lhe caíam da áurea aljava; Mas ele de arco e setas não curando, Mil glórias prometia, soluçando, A quem à deusa o leve, que buscava. Quando Jônia que ali seu gado pasce, Enxugando-lhe as lágrimas que chora, A Vênus lhe mostrar, leda, se oferece: Mas Amor dando um vôo à linda face Beijando-a lhe tornou: "Gentil pastora, Quem os teus olhos vê, Vênus esquece".


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