Da Costa e Silva

Para Iludir O Coração
 
 
Como me enleva e quanto me impressiona
Conservar sempre nítido comigo
O teu perfil judaico de Madona
Na iluminura de um missal antigo!

A saudade, que nunca me abandona,
(Oh! sombra de minh’alma, eu te bendigo!)
Fixando a tua imagem se fez dona
Do pensamento em que te dei abrigo...

Para iludir o coração que pena, 
No espelho móvel da memória trago
Teu vulto amado, na expressão terrena...

E iluminas meu ser, num sonho vago,
Como uma estrela a abrir-se em luz serena
Sobre a quietude límpida de um lago...

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  10  de  Agosto  de  1998