Da Costa e Silva

O Beata Solitudo...
 
 
Amada solidão, silêncio amigo,
Vosso convívio me é tão grato e ameno
Que, voluntariamente, me condeno
A viver só, para vos ter comigo.

Alheio ao mundo, como um poeta antigo,
Noto, isolado, que ao mais leve aceno,
Me vêm, em ronda, ao espírito sereno
As idéias e imagens que persigo...

Solidão! vem de ti o êxtase infindo
Em que sinto, em constantes primaveras,
Meu ser a natureza refletindo...

Silêncio! enchendo o espaço onde me esperas,
Sonho, como Pitágoras, ouvindo
A harmonia divina das esferas.

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  07  de  Agosto  de  1998