Dagmar Destêrro


Êxtase

Amor, bem sabes tu como te quis... No afeto que minha alma te ofertou, dei-te tudo... Ilusão... Dei-te carinho... uma alma vibrante, — essa taça de vinho que sorveste feliz, o vinho delirante que tua vida embriagou. Amor, bem sabes tu como te quis. Na volúpia de querer a tua vida, Tua alma na minha alma confundida, retratei-me toda inteira nos meus versos Meus segredos disperses! Amor, bem sabes tu quanto te quis. No momento supremo, iluminado, que ainda agora o coração bendiz, nos encontramos, e nos amamos o meu olhar no teu continuado. Meu ser estremeceu, vibrou minha alma, num lampejo. Senti, na terra, o céu. Tive em mim a volúpia de um desejo. Tudo, agora, porém, é solidão. Já não voltas, não podes mais voltar. A minha alma lamenta em triste pranto, nunca mais te encontrar. Lamenta este meu coração não haver gozado, não haver te dado, carinhos que me deste e eu não aceitei, os beijos que pediste e não te dei...

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