Cruz e Sousa

Braços
                                                     
                            
Braços nervosos, brancas opulências, 
brumais brancuras, fúlgidas brancuras, 
alvuras castas, virginais alvuras, 
latescências das raras latescências.
 

As fascinantes, mórbidas dormências 
dos teus abraços de letais flexuras, 
produzem sensações de agres torturas, 
dos desejos as mornas florescências.
 

Braços nervosos, tentadoras serpes
que prendem, tetanizam como os herpes, 
dos delírios na trêmula coorte ...
 

Pompa de carnes tépidas e flóreas, 
braços de estranhas correções marmóreas,
abertos para o Amor e para a Morte!

                                  
                                                                           

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 Página atualizada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  23  de  Julho  de  1998