Chico Poeta

Contágio
(Ao José Elouf)
 
Na minha rua 
mora um homem 
amargo.
 

Das paredes da casa 
do homem amargo 
solidão, limos e musgos.

No quintal do homem 
não existe cachorro, gato, 
sequer uma galinha 
que pudesse transpor 
a minha cerca
para comer o cheiro 
verde ou o cuentro
que planto.

Já tentei modificar 
o homem amargo 
com filosofia, com 
poesias, e ele me mostrou 
atos.

Não consegui modificar 
o homem amargo,
mas seu vizinho já anda 
se queixando de amargura.

 

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