Celso Novais

Canto de confissão e louvor à minha mãe

Pousa tua mão o meu rosto Como fazia outrora - minha mãe, Eu sou o mesmo menino antigo Que te precisa. A vida, com seu livro aberto diante de nós Nos contempla, como querendo julgar-nos, A mim por não ter sido fiel ao teu amor A ti pelo teu amor incomparável. Talvez agora, tornado homem, possa eu Levar-te pela mão devagarinho Com todo ardor enternecente Com que me fazias passear nas tardes, Talvez o mundo que venha a te mostrar Não sejas aquele que sonhaste para mim, Mas não faz mal, mãe, eu também me enganei... Uma coisa porém é fundamental: Não devemos ficar à margem, Alheios ou neutros - temos de participar, Pois todo aquele que lava as mãos Não enxuga as culpas.


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Remetido por Flávio Sátiro Fernades Filho