Eu posso escolher
 a folha cega
 o sol
 meu rastro
 a luz movediça
 um afago
 minha boca
 língua em teu corpo.
 Eu posso escolher
 uma metáfora
 meu amor
 esta manhã
 e o jambo de safra.
 Eu posso escolher 
 a voz indefinida
 meu sonho
 a síntese que 
 te faço
 substituo
 a lógica
 das coincidências.
 Quebro
 mato
 morro
 amanhã
 hoje
 nesta manhã
 além das leis
 que desconheço.
 Eu posso escolher
 um exercício
 alexandrino
 a descrição
 da luz
 e sombra
 o meu amor
 eu quebro
 eu faço
 eu sonho
 eu sei
 além das leis
 que eu conheço.
 Eu posso escolher
 o emblema
 (rito)
 no ar.
 Inauguram-se a relação
 eterna e frágil, com
 os músculos tensos
 no horizonte
 que é limbo
 além de nosso
 estar descalço. |