Cid Sabóia de Carvalho

Cantiga

Eu sou o olhar que contempla o amor que rebenta em ti; sou o pássaro cativo que canta enternecido na paisagem tão terna que há em ti e por mim. Depois de nossos caminhos sou o descanso maduro, a sombra, o fruto morno, o vento nos teus cabelos. Sou o canto que desperta, a voz que canta e chora; sou percussão dos sentidos e cordas do meu amor; nunca vou morrer depois, embora sigamos juntos pela vida para a morte. Falo a língua esquecida, verbo que o mundo esqueceu, mas canto minha cantiga do amor que nunca morreu...


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *