Cristina Fróes

1 - Vai Vivendo
2 - Nós
3 - Contradições
4 - A você, Fred, meu cão


 
 
Vai Vivendo
          ( Poema dedicado a quem o ler )        
 
      Vai, amigo, vivendo... 
      Agarre cada minuto da sua vida. 
      Sorria para todos que encontrar, 
      Entenda que a todos deve dar 
                            Amor e paz. 
      Não perca tempo pensando 
                             No que fazer. 
      Faça o que mandar 
                Seu impulso primeiro, 
      Pois vai ser verdadeiro 
                 O que sair da sua mente 
                                 De repente. 
      Dê seu sorriso, 
             Espalhe seu encanto, 
      Faça com que seque 
        De seu irmão o pranto. 
      Não distribua amargura 
         Não busque conselho 
           Faça isso apenas 
        Frente a um espelho 
      Tenha certeza que só virá carinho 
      Se abrir seu canal para as coisas boas. 
      Os outros saberão quando estiver sofrendo. 
      Sua alma será transparente 
        E receberá de presente 
        O apoio e a mão amiga. 
      Não peça, não exija, não cobre. 
      Apenas se doe. 
      Sua palavra sincera 
                   E seu abraço quente 
      Vão acalmar o espírito 
                       De muita gente. 
      E você vai em frente, 
            Enquanto durar esta vida 
                               Tão efêmera 
      Onde cada um tem seu espaço 
                               Tão grande 
                               Tão pequeno, 
      Onde não se pode fechar os olhos 
                        Nem ser covarde 
      Pois há o risco de ao reagir 
                            Já ser tarde. 
      Mas quando repousar, 
              Repouse apenas. 
      Energize-se para o despertar. 
      Pense que se o problema tem solução, 
           Porque se preocupar? 
      E se não pode ser solucionado, 
           Por que ficar preocupado ? 
      Viva, apenas, 
             Mesmo que 
      A duras penas.                                    
 
 
                          NÓS
       

      Pode parecer bizarro
      Que na fumaça do cigarro
      Eu encontre companhia 
      E busque uma explicação
      Para a minha solidão.
      Tudo já foi dito e cantado,
                             Comentado,
                              Versejado,
           Em prosa, verso e canção.
      Mas preciso gritar
                               Ou escrever,
      Para ver se cuspo de mim
      Esta sensação de amargo na alma,
                 Esse aperto no peito 
         Essas lágrimas nos olhos
                 Essa vida sem jeito
         Essa tristeza sem fim.
                            Tenho, sim,
      Mil vozes a minha volta,
      Muitos sons e movimentos,
      Estórias sem nexo e banais 
      Que me atordoam demais
      E me entorpecem os sentimentos.
      E você lá longe, também só.
      Somente o seu cigarro.
      Sem vozes, sem sons, sem ruídos,
      Lamentando o tempo que passou,
      Construindo o tempo que virá,
      Lembrando o que chorou,
      Pensando em como será.
      Sinto sua presença agora
      E queria sair porta afora
      Sedenta por lhe encontrar
         Faminta por lhe beijar
            Louca por lhe abraçar
      E me aninhar em seu colo,
          Me colando em seu corpo
      E fundindo nossa solidão
      Para sermos felizes, então.

       
            CONTRADIÇÕES
       
       

      Se 2 corpos não ocupam
           O mesmo lugar no espaço,
      Como entender a união
           De nós 2 num só compasso
      Na + perfeita fusão ?
      Se a menor distancia entre 2 pontos
           É  a linha reta,
         Como explicar nosso caminho
                                            Sinuoso,
                                            Gostoso,
                                           Perigoso,
          Sem limites nem ponto de chegada
             E onde não há distancia?
      Se paralelas nunca se encontram,
        Qual de nós perdeu o rumo
             E superpos os trilhos
               Do trem que corria lento
          E misturou em 1 momento
                          Nossas vidas
                       Antes perdidas?
      Como o universo é infinito,
                 O amor a língua universal,
                 A alma mortal
                 E o tempo fugaz...
      Como cada minuto que passa
          É um milagre
      Que não se repete jamais,
      Vem comigo desafiar os que estudam,
                             Contrariar os que postulam,
                             Desmentir os que rotulam
      E viver com ardor
      O + simples amor. 

 
                  A VOCÊ, FRED, MEU CÃO
       
       

      Parece sonho ter um bicho
                           Bicho de verdade,
         Que come, bebe e é quente,
                    Que faz companhia,
                    Que morde beijando,
                    Que lambe esquentando
                          O corpo da gente.
         Um ser puro e carente
             Que não pede nada além
      De carinho, amor, alimento 
                    E amizade também.
         Que olha nos nossos olhos
                 Com um olhar penetrante, 
                      Um doce semblante,
           Parecendo pedir,
                   Sem falar nem sorrir,
                       Ajuda e amparo,
                Compreensão e afeto,
             Num apelo direto
          Por afagos e mimos.
      Feliz de quem tem
                     Um ser tão inocente,
      Que não sabe
                      Mas é coerente,
      Que não pensa
                     Mas é inteligente,
      Que vive menos do que nós
               Mas que faz
      Não nos sentirmos tão sós.

 Remetente: J. Fróes

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