Caetano de Brito e Figueiredo


Soneto

Se adormecida, ó Clícia, te parece que amor neste letargo se minora, é engano, que tanto mais adora quanto entregue ao pesar mais se adormece: à Luz do Sol o seu Amor floresce, restaura alentos, quando sai a Aurora; o meu da Lua a vista sente e chora e quando se retira, desfalece. O Sono, não descanso, mas tormento com impulso cruel, com rigor forte faz que este amor se julgue esquecimento. Tu no Sol tens o objeto, o alívio, a Sorte: eu sem sentido entregue ao sentimento, sou vítima de amor, morro sem Morte.


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