Dílson Catarino

Sombra Calada

Por que ser eu, se posso ser o silêncio da nuvem que não chora? Meu rosto levita indiferente pelos séculos de pedra. Procuro a praia de areias brancas e encontro a inconsistência do lodaçal Ah! A adolescência inexata já morreu deixando os lábios secos os companheiros sem rumo o mundo sem amar. Meus olhos miram a vaguidade, lentamente, tristes e sós, mas nada vêem além da janela enquanto as borboletas amarelas tingem o anil do infinito. Não sou o sonho sustentado nem o riso invisível. Sou s sombra calada o silêncio aceso debruçado no deserto de cimento.


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