Castilho


Os Sonhos
Das Escavações Poéticas

Recordas-te, ingrata, Quando eu te dizia, Que em sonhos Armia Cedia aos meus ais? Sorrias, coravas, Fugias, juravas Que nunca os meus sonhos Seriam leais. Armia, esta noite, Segundo o costume, Tomei co meu nume, Tomei a sonhar. Qual és, eras rosa, Gentil, espinhosa, Sem par nos rigores, Nas graças sem par. Dou graças ao fado, Já sonho esquivança; Já luz esperança No meu coração. Tu juras que em sonhos Só há falsidades, E nunca deidades Juraram em vão.


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