Antônio Cardoso


Autocrítica

Aqui, a sós. Entre mim e o sonho De cantar-te, A voz De que disponho Sem engenho e arte... Fraca e mal nascida, Nasce, E nunca digo de nós, Da vida. Do Sol Que prossigo, Com palavras-não-gastas... Nasce, E fica-se (tece) A tristeza mole da derrota Pelo mal que digo, (Canto!) A certeza da vitória Nesta rota... Espanto sem história Neste esforço De cantar-te? Se és tão simples água Ou sol nas veias, Simples olhar límpido De criança perpétua Sem a primeira mágoa?! Simples leveza de amar-te, Simples esperança simples, Maré-cheia e horizonte, Escorço de linhas Com o SOL lá, PÃO e FONTE!... – ah! minhas palavras minhas!


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