Carlos Augusto Corrêa


Elegia Sem Posse

mesmo solto na altura dos bêbados tenha o gosto e a certeza do pó que trago no chão de cada dia onde no sonho me desgarro querendo a noite maior atravesso sem redenção o rio que transporta à noite da eternidade: ó gueto, raiz que não furo e quase lhe alcanço a entrada mas minha imagem dilui-se em meu sonho embriagado quando em peso a noite desaba entre o vinho e esse tráfego na calçada que não agride lambendo a borra nos lábios e mastigando o lamento por essa investia em vão — não estou de posse da carne estou repleto do que falta.


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