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Francisco Brennand

Recife, PE, 11/06/1927 - Recife, PE, 19/12/2019

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica:


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Ruth, by Francesco Hayez

 

Albrecht Dürer, Mãos

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904) - Phryne before the Areopagus

 

 

 

 

 

Francisco Brennand



Biografia


Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand foi um artista plástico brasileiro. Desenvolvia seu trabalho com diversos suportes, tornando-se notório como ceramista.

Foi autor de dois importantes espaços culturais da cidade do Recife: a Oficina Cerâmica Francisco Brennand e o Parque das Esculturas Francisco Brennand.

Em 2017 foi agraciado com a Medalha do Mérito Guararapes - Grã Cruz, a mais alta honraria do Estado de Pernambuco.

Nasceu em 11 de junho de 1927 nas terras do antigo Engenho São João, na cidade brasileira do Recife, filho de Ricardo de Almeida Brennand e Olímpia Padilha Nunes Coimbra. É descendente de Edward Brennand, originário de Manchester, na Inglaterra, que veio para o Brasil em 1820 para trabalhar em uma empresa ferroviária inglesa.

Em 1917, o pai de Francisco Brennand, Ricardo, criou a primeira fábrica de cerâmicas da família — a Cerâmica São João — nas terras do antigo engenho do bairro da Várzea, no Recife, herança recebida de D. Maria da Conceição do Rego Barros Lacerda, uma prima de sua mãe.

Durante o ensino médio, após conhecer o trabalho do escultor Abelardo da Hora, Francisco Brennand desenvolveu seu interesse pelo desenho e pela literatura. No mesmo período conheceu Débora de Moura Vasconcelos, sua futura esposa, e Ariano Suassuna, seu colega de classe, com quem produzia um jornal literário, encarregando-se de realizar as ilustrações para os textos e poemas de Ariano.

Inicialmente, Brennand acreditava ser a cerâmica uma arte utilitária, menor, e por isso dedicou-se sobretudo à pintura a óleo. Entretanto, ao chegar à França, em 1948, deparou-se com uma exposição de cerâmicas de Picasso, e descobre que muitos dos artistas da Escola de Paris haviam passado pela cerâmica: além de Picasso, Chagall, Matisse, Braque, Gauguin, e sobretudo o catalão Joan Miró.

Já no início da década de 1950, de passagem por Barcelona, Brennand descobre Antoni Gaudí, cujas obras — com suas formas sinuosas e o uso do trencadís, tradicional técnica catalã — causam-lhe forte impressão. Após o seu primeiro período na Europa (1948–1951), Brennand retorna ao Brasil mas, logo em 1952, decide aprofundar-se no conhecimento das técnicas da cerâmica, iniciando estágio em uma fábrica de majólicas na cidade de Deruta, na província de Perúgia, Itália. Durante esse estágio, Brennand inicia suas experiências com o uso de esmaltes cerâmicos e queimas sucessivas da peça, em temperaturas variadas. A cada entrada da peça no forno, é aplicada uma camada diferente de esmalte, o que dá à superfície uma grande variedade de cores e texturas.

Na década de 1970, Brennand participa do Movimento Armorial, juntamente com Ariano Suassuna, seu principal idealizador.

No seu ateliê, instalado nas terras do antigo Engenho (depois Cerâmica) São João, no bairro da Várzea, no Recife, estão expostas muitas de suas obras, parte delas dispostas à céu aberto, em um grande jardim central.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Francisco Brennand


Observações ao estilo de Soares Feitosa

“Estou com o século XXI
respirando na minha
nuca.  Preciso me mexer
logo, entende.”
(The Smiths, grupo musical inglês)

 

Ela disse: 
que das trevas surgiria 
uma mão prateada de um Anjo 
para sustentar a cabeça decepada 
da Grande Prostituta Austríaca 
(como vociferavam os sans-culottes). 
Pobre Rainha tão sábia  
quanto gentil 
e inocente Antoinette 
ao indagar por que não comiam 
bolo, no lugar do pão 
que faltava aos desafortunados. 
  

Eu não vi. 
Mas ela viu, 
nos Espaços Estelares. 
  

                                                1.  O que não estava presente 
                                                2.  nos poemas carcomidos 
                                                3.  vivificados agora 
                                                4.  pela estrela do computador  
                                                5.  decifra-me ou eu te devoro. 
                                                6.  Só vemos o que somos. 
  

Célere levou o “Pimpinela Escarlate”, 
pregada no seu colo 
a sangrenta cabeça real, 
como Mathilde de La Môle 
o fizera com a do amante 
Julian Sorel, repetindo assim 
o antigo fervor religioso 
de Margueritte de Valois 
pelo amante Boniface de La Môle 
decapitado em 1574  
  

                                                —— Corpo honrado............  Sire! 
  

observou Felipe IV 
ao seu confuso ministro Luis de Haro 
quando o corpo de Carlos V foi exumado 
(um século depois) 
no  Mosteiro de Yuste. 
  

                                                Sentia-se no ar 
                                                a fragância do mirto. 
  

                                                —— Corpo honrado, Dom Luis. 
  

                                                E o ministro respondeu, 
                                                com o mesmo laconismo: 
  

                                                ——  Mui honrado, Sire! 
  

Aonde não sobram  
nem os dez Justos ¹ 
de Sodoma 
como recorda o 
poeta Soares Feitosa, 
neste mundo  
da Enola Gay  ¹ 
entronizada.  Finalmente. 
  

“Que com os reis esteja a crueldade: 
Ela é o anjo que vem antes do mal 
e sem o tal arco não me restaria 
ponte nenhuma através dos tempos” 

                                                Assim falou Rilke em 
                                                O Livro de Horas 
 

                          Quando Soares Feitosa 
                          desvendou o mistério da prematura 
                          morte dos jovens 
                                          (só eles sabem morrer com dignidade) ² 
                          sua voz distanciou-se 
                          no prado metálico 
                          da velocidade, com 
                          a mesma pressa das parábolas 
                          do Cristo - na interpretação 
                          Mateus & Pasolini. 
                          Não tinham tempo a perder. 
                          não havia pausa  
                          nem Piedade: 
antes configurava-se o Eterno! 



¹ Expressões do Poema Format Cê Dois Pontos, de Soares Feitosa.

² Expressões do Poema Buscando a Teoria, de Soares Feitosa. 
 


Soares Feitosa, 2003
Leia a obra de Soares Feitosa


 

 

 

 

 

 

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