Bocage
Meu Ser Evaporei na Luta Insana
					     Meu ser evaporei na luta insana 
					     Do tropel de paixões que me arrastava: 
					     Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava 
					     Em mim quasi imortal a essência humana!
					     De que inúmeros sóis a mente ufana 
					     Existência falaz me não dourava! 
					     Mas eis sucumbe Natureza escrava 
					     Ao mal, que a vida em sua origem dana.
					     Prazeres, sócios meus, e meus tiranos! 
					     Esta alma, que sedenta em si não coube, 
					     No abismo vos sumiu dos desenganos
					     Deus, ó Deus!... quando a morte a luz me roube, 
					     Ganhe um momento o que perderam anos, 
					     Saiba morrer o que viver não soube.
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