Endereço postal, expediente e equipe

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Jorge
Luis Borges - Breve cronologia
1899
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Nasce
a 24 de agosto, no número 840 da rua Tucumán. São seus
pais Jorge Guillermo Borges e Leonor Acevedo Haedo.
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1901
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A
família muda-se para a rua Serrano, 2135, no bairro de
Palermo, próximo ao jardim zoológico. Nasce sua única irmã,
Norah Borges.
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1905
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Comunica
ao pai sua intenção de ser escritor.
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1906
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Escreve
o primeiro conto, “La visera fatal” e um texto sobre
mitologia grega.
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1908
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O
jornal El País
publica sua tradução de “The happy prince”, de Oscar
Wilde.
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1914
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Viaja
com a família para a Europa, indo residir em Genebra, onde
realizará seus estudos. Lê
Voltaire, Flaubert, Baudelaire, Chesterton e Carlyle.
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1918
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Morre
sua avó materna. Aprende alemão e lê Schopenhauer.
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1919
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Viaja
para a Espanha, onde conhece Ortega y Gasset, Rafael
Cansinos-Asséns, que o põe em contato com o movimento
ultraísta, e Guillermo de Torre, que logo casará com sua
irmã Norah. Dedica-se ao estudo de latim e árabe. Escreve
dois livros que jamais serão publicados: Los
ritmos rojos (poemas) e Los
naipes del tahur (contos). Traduz alguns poetas
expressionistas alemães.
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1920
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Reside
por um ano em Palma de Mallorca, onde conhece o poeta Jacobo
Sureda. A revista Grécia,
de Sevilha, publica o artigo “Al margen de la moderna estética”,
uma de suas primeiras reflexões sobre as novas correntes
estéticas. Diz ali, em especial, referindo-se ao Ultraísmo:
“Essa floração brusca de metáforas que em muitas obras
creacionistas oprime os profanos, justifica-se plenamente e
representa o esforço do poeta para expressar a juventude
milenária da vida que, como ele, se devora, surge e
renasce, em cada segundo.”
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1921
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A
revista Baleares,
de Mallorca, publica o “Manifiesto del Ultra”, que
assina juntamente com Jacobo Sureda e outros. Retorna a
Buenos Aires - a família passa a morar na rua Balmes, 2216
- onde publica, juntamente com um grupo de escritores
argentinos, a revista mural Prisma,
cujas páginas dá a conhecer o manifesto ultraísta. A
revista Ultra, de
Madri, publica um breve depoimento seu a que intitula
“Anatomía de mi ultra”, onde sublinha algumas de suas
intenções estéticas. Escreve carta ao amigo Sureda, em
que dá detalhes do projeto - jamais levado a termo - de um
texto fantástico a ser escrito em colaboração com
Macedonio Fernández e Santiago Dabove, cujo título seria
“El hombre que será presidente”.
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1922
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Adere
ao manifesto “Rosa náutica”, proposto pelo movimento
vanguardista chileno. Funda a revista Proa, juntamente com Eduardo González Lanuza, Norah Borges e
Francisco Piñero, cuja primeira fase durará apenas três números.
Confessa-se discípulo de Macedonio Fernández.
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1923
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Segue
uma vez mais com a família para Genebra, em razão de uma
operação de cataratas a que se submeterá seu pai. Antes
disto deixa pronta a edição de seu primeiro livro: Fervor
de Buenos Aires.
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1924
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Surge
a segunda fase de Proa, desta vez dirigida por Borges e Ricardo Güiraldes, e que
circulará por quinze edições. Colabora com a revista Martín Fierro, publicação do grupo da rua Florida, assinando
também o “Manifiesto de Martín
Fierro”, que acabará por gerar um artigo de Roberto
Mariani, dando início à conhecida polêmica Boedo-Florida.
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1925
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Surge
sua tradução de um trecho do solilóquio de Molly Bloom
(James Joyce), sob o título de “La última hoja de Ulisses”, em Proa # 6.
Publica o segundo livro de versos, Luna
de enfrente, e o primeiro de ensaios: Inquisiciones,
cuja reedição jamais permitirá.
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1926
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Escreve
um dos três prólogos para Indice de la nueva poesía americana - os dois outros estão
assinados pelo chileno Vicente Huidobro e o peruano Alberto
Hidalgo -, antologia organizada por Hidalgo. Publica uma
segunda coletânea de ensaios, Tamaño
de mi esperanza, posteriormente renegada.
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1927
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Em
Martín Fierro
surge “Noticia policial”, esboço do que logo viria a
ser o conto “Hombre de la esquina rosada” - seu segundo
esboço, “Hombres pelearan”, obterá, no ano seguinte, o
2° Prêmio Municipal de Prosa. O mesmo conto será
posteriormente (1962) adaptado para o cinema por René
Mugica. A revista Nosotros publica seu artigo “Página sobre la lírica de hoy”.
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1928
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O
Diário Nacional,
de São Paulo, publica seu artigo “Queja de todo
criollo”, em tradução de Mário de Andrade. Publica El
idioma de los argentinos, reunião de ensaios cuja reedição,
exceto do texto homônimo, jamais permitirá.
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1929
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Publica
Cuaderno de San Martín,
com o qual obtém o 2° lugar no Concurso Municipal de
Literatura.
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1930
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Conhece
Adolfo Bioy Casares. Publica Evaristo
Carriego - biografia crítica do grande poeta popular
portenho - e alguns outros ensaios, entre eles “Historia
del tango”.
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1931
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Surge
a revista Sur,
fundada por Victoria Ocampo. Em seu número de estréia
colabora com o conto “Al coronel Ascasubi”.
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1932
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Publica
Discusión, que reúne
ensaios e crítica literária.
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1933
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Inicia
colaborações com o suplemento semanal do jornal Crítica,
assinadas tanto como Borges quanto sob o pseudônimo de
Francisco Bustos.
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1935
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Publica
Historia universal de
la infamia.
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1936
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Funda
a revista Contratiempo,
com Bioy Casares. Publica Historia
de la eternidad.
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1937
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Traduz
Orlando, de
Virginia Woolf. Publica Antología
Clásica de la literatura argentina, em colaboração
com Pedro Henríquez Ureña.
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1938
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Morre
seu pai. Emprega-se na Biblioteca Municipal de Buenos Aires.
Sofre um grave acidente, golpeando a cabeça contra uma
janela, contraindo uma septicemia, que o deixará
inconsciente por um mês. No período de convalescença
consolida seu entusiasmo pela literatura fantástica. Logo
após o acidente, inicia-se o processo de debilitação de
sua visão.
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1939
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A
revista Sur
publica o conto “Pierre Menard, autor del Quijote”.
Surge a primeira tradução de texto seu para o francês:
“L’approche du Caché” (“El acercamiento de Almotásim”),
assinada por Néstor Ibarra.
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1940
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A
revista Sur
publica o conto “Tlön, Uqbar, Orbis tertius”. Redige o
prólogo de La invención
de Morel, de Bioy Casares, onde traça os fundamentos de
sua teoria da narração. Publica Antología
de la literatura fantástica, em colaboração com
Silvina Ocampo e Bioy Casares.
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1941
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Traduz
William Faulkner (The wild palms) e Henri Michaux (Um bárbaro na Ásia). Publica Antología
poética argentina, novamente com os mesmos
colaboradores. Publica
El jardín de los senderos que se bifurcan.
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1942
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A
edição # 94 de Sur
lhe é inteiramente dedicada, onde colaboram os mais
importantes escritores argentinos do momento, como forma de
desagravo por não lhe haver sido outorgado o Prêmio
Municipal de Literatura. Sob o pseudônimo unitário de H.
Bustos-Domecq, publica Seis
problemas para don Isidro Parodi, escrito juntamente com
Bioy Casares.
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1943
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Traduz
Franz Kafka (Metamorfosis
y otros relatos). Publica
Los mejores cuentos
policiales, em colaboração com Bioy Casares.
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1944
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Publica
Ficciones.
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1945
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Sua
irmã é levada presa, ao mesmo tempo em que é decretada a
prisão domiciliar de sua mãe, por suas claras posições
anti-peronistas. Recebe o Grande Prêmio de Honra da
Sociedade Argentina de Escritores. Publica um novo livro
como H. Bustos Domecq: Dos fantasías memorables. Com um outro pseudônimo, B. Suárez
Lynch, publica Un
modelo para la muerte. Ambos são escritos em colaboração
com Bioy Casares. Escreve o prólogo de El
compadrito, de Silvina Ocampo.
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1946
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Funda
e dirige a revista Anales de Buenos Aires, onde publica contos, ensaios e poemas sob
diversos pseudônimos, publicação que durará 23 números.
Sua oposição ao governo peronista o leva a perder o
emprego de bibliotecário. Passa a dar conferências no
Instituto de Cultura Inglesa.
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1947
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Publica
Nueva refutación del
tiempo.
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1948
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A
revista Sur
publica o conto “Emma Zunz”, posteriormente (1954)
utilizado no roteiro do filme Días de odio, dirigido por Leopoldo Torre Nilsson. O
mesmo conto suscitará duas outras adaptações: Emma
Zunz (1969), dirigida por Alaina Magrou e produzida para
a televisão francesa, e Splits
(1978), produção estadunidense dirigida por Leandro Katz.
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1949
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Redige
o prólogo de uma edição argentina da Divina
comédia. É eleito membro da Academia Goetheana de São
Paulo. Publica
El Aleph.
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1950
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É
eleito presidente da SADE - Sociedade Argentina de
Escritores, posto que ocupará até 1953. Dirige a cadeira
de literatura inglesa na Associação Argentina de Cultura
Inglesa e no Colégio Livre de Estudos Superiores. Todas as
suas atividades são constantemente vigiadas pela polícia
peronista.
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1951
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Surge
o primeiro de uma série de livros seus incluídos na coleção
La croix du Sud, da editora Gallimard: Fictions, em tradução de Néstor Ibarra. A revista Sur
publica o ensaio “Nota sobre (hacia) Bernard Shaw”,
escrito por ocasião da morte do dramaturgo irlandês,
posteriormente incluído em Otras
inquisiciones. Publica La
muerte y la brújula e, em colaboração com Delia
Ingenieros, Antiguas literaturas germánicas. Surge a segunda série de Los
mejores cuentos policiales, em colaboração com Bioy
Casares.
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1952
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Publica
Otras inquisiciones.
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1953
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Redige
o prólogo da antologia La poesía gauchesca, em colaboração com Bioy Casares. Publica El
Martín Fierro, em colaboração com Margarita Guerrero.
Com Betina Edelberg, outra de suas colaboradoras, escreve um
libreto para ballet, La
imagen perdida, conservado inédito.
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1954
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Surge
o primeiro livro de crítica à sua obra, Borges
y la nueva generación, de autoria de Adolfo Prieto.
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1955
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Com
a queda de Perón, o novo governo militar o nomeia diretor
da Biblioteca Nacional, cargo que ocupará até 1973.
Ingressa na Academia Argentina de Letras. Surge a primeira
edição de Ficciones na Itália, sob o título La biblioteca di Babele, em tradução de Franco Lucentini. Assina
com Luísa Mercedes Levinson La
hermana de Heloísa, e com Bioy Casares Los
orilleros e El
paraíso de los creyentes (roteiros cinematográficos) e
Cuentos breves y extraordinarios. Agravam-se os problemas com a
visão.
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1956
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É
nomeado professor de literatura inglesa na Universidade de
Buenos Aires e recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Cuyo, em Mendoza. Após inúmeras
cirurgias sem sucesso, a cegueira o proíbe de ler e
escrever, passando então a ser auxiliado por sua mãe e
amigos. Publica Leopoldo
Lugones, escrito em colaboração com Betina Edelberg.
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1957
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Recebe
o Primeiro Prêmio Nacional de Literatura, referente ao período
1954-1956. Publica Manual
de zoología fantástica, em colaboração com Margarita
Aguirre.
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1958
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Há
alguns anos sem publicar poesia, surgem poemas em periódicos
como Sur, Davar
e La Nación.
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1959
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Surgem
traduções de seus livros para diversos idiomas, a exemplo
da edição de Luna de
enfrente na Indonésia.
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1960
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Filia-se
ao Partido Democrata Conservador. Publica El
hacedor e Libro del cielo y del infierno, este último uma antologia em
colaboração com Bioy Casares.
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1961
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Escreve
inúmeros prólogos, recusando-se a assiná-los. Recebe o Prêmio
Internacional do Congresso de Editores (Formentor), em Palma
de Mallorca, juntamente com Samuel Beckett. Por ocasião da
visita do presidente Giovanni Gronchi à Argentina, o
governo italiano lhe concede o título de Comendador.
Convidado pela Universidade do Texas, viaja aos Estados
Unidos, pronunciando diversas conferências nesta e em
outras universidades estadunidenses.
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1962
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Retorna
dos Estados Unidos, sendo recebido solenemente pela Academia
Argentina de Letras, onde Arturo Capdevila o proclama
“Grande senhor das letras…, grande senhor da
liberdade”. O governo francês, por sugestão de André
Malraux, condecora-o como Comendador da Ordem das Letras e
das Artes, juntamente com Victoria Ocampo.
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1963
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Convidado
por numerosas instituições, Borges viaja pela Europa,
sempre em companhia de sua mãe. Pronuncia conferências em
Madri, Paris, Genebra, Londres, Oxford, Cambridge,
Edimburgo, onde reencontra velhas amizades juvenis. De
retorno a seu país, segue ditando conferências sobre temas
diversos, entre elas: “A literatura inglesa nos séculos
XIX e XX”, “Sócrates”, “Dante e a Divina
Comédia” e “A poesia de Buenos Aires”. Recebe o
prêmio principal do Fundo Nacional de Artes.
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1964
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Viaja
para a República Federal Alemã, a convite do Congresso
pela Liberdade da Cultura, encontrando-se ali com Guimarães
Rosa, Miguel Ángel Asturias e Günter Grass. A convite da
UNESCO, viaja para Paris, onde pronuncia a conferência
“Shakespeare e nós”, por ocasião de uma homenagem ao
poeta inglês. Dali segue para Londres, sendo hóspede de
Herbert Head, que o leva a conhecer as espadas dos antigos vikings daneses, expostas em York Minster. Também visita
Estocolmo e Copenhague. A revista francesa Cahiers de l’Herne dedica-lhe um número especial. Publica
El otro, el mismo.
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1965
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Escreve,
em colaboração com María Esther Vázquez, o ensaio Introducción
a la literatura inglesa. Recebe inúmeras condecorações,
entre elas a insígnia de Cavaleiro da Distinta Ordem do Império
Britânico e a “Ordem del Sol” do governo peruano.
Acompanhado por Esther Zemborain de Torres, visita a Colômbia
e o Chile, a convite das universidades destes países. Publica
Para las seis cuerdas.
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1966
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Recebe
o IX Prêmio Internacional Madonnina, de Milão, e o prêmio
principal da Ingram Merril Fundation, de Nova York. Publica Literaturas
germánicas medievales, em colaboração com María
Esther Vázquez.
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1967
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Retorna
à Inglaterra, para ditar conferências em Cambridge.
Publica Crónicas de
Bustos Domecq, Introducción
a la literatura norteamericana e El
libro de los seres imaginarios, respectivamente em
colaboração com Bioy Casares, Esther Zemborain de Torres e
Margarita Guerrero. Casa-se com Elza Astete Millán.
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1968
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A
revista Norte, de
Amsterdã, dedica-lhe um número especial. É designado
membro honorário estrangeiro pela Academia de Artes e Ciências
dos Estados Unidos.
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1969
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Baseado
em argumento seu e de Bioy Casares, Hugo Santiago dirige o
filme Invasión.
Integra a trilha sonora deste filme sua “Milonga de Manuel
Flores”, musicada por Anibal Troilo. Viaja para Tel Aviv,
acompanhado de sua esposa, onde dá conferência. Surge na
Itália uma antologia de sua obra, em tradução de Umberto
Ciaciolo. Em Nova York estréia o documentário The inner world of Jorge Luis Borges, dirigido por Harold Mantell.
A Sociedade Hebraica Argentina, juntamente com grande número
de escritores argentinos, rende-lhe homenagem pela passagem
de seus 70 anos. A televisão francesa exibe dois documentários
a seu respeito, dirigidos por André Campy e José María
Berzosa. Viaja para os Estados Unidos, sendo homenageado
pela Universidade de Oklahoma e lendo poemas na Universidade
de Georgetown. Publica
Elogio de la sombra.
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1970
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Traduz
Walt Whitman (Leaves
of grass). Recebe,
no Brasil, o Prêmio Interamericano de Literatura Matarazzo
Sobrinho. O Festival de Veneza mostra dois filmes para
televisão baseados em contos seus: Strategia
del ragno (A
estratégia da aranha) e Emma
Zunz, dirigidos respectivamente por Bernardo Bertolucci
e Alain Magrou. Em Paris é publicada uma antologia de sua
poesia, pela Gallimard. Divorcia-se. Publica El informe de Brodie e An
autobiography ensay.
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1971
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Uma
entrevista sua vai ao ar pela televisão italiana. Recebe o
Prêmio de Jerusalém. Viaja por diversos países, entre
eles Inglaterra, Escócia, Israel e a sonhada Islândia. Em
Londres, pronuncia quatro conferências em inglês no
Instituto Britânico de Artes Contemporâneas. Publica
El congreso.
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1972
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Viaja
para os Estados Unidos, onde a Universidade de Michigan o
nomeia Doutor Honoris
Causa. O Teatro Estabile de Turim, na Itália, encena o
espetáculo O
evangelho segundo Borges, montagem de Francisco Enríquez
a partir de texto de Domênico Pozio, baseado no conto “El
evangelio de San Marcos”, incluído em El
informe de Brodie. Publica
El oro de los tigres.
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1973
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Recebe,
no México, o Prêmio Alfonso Reyes. Surge o livro George
Dear, do artista Hermenegildo Sábat, que inclui inúmeros
desenhos de Borges.
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1974
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Com
argumento original seu, de Bioy Casares e Hugo Santiago,
este último realiza o filme Les
autres, cuja trilha sonora inclui “Soneto de
Spinoza”, musicada pelo próprio diretor. Com o retorno do
peronismo ao governo argentino, abandona a direção da
Biblioteca Nacional e a vida cultural em seu país. Suas
declarações sobre o novo regime lhe valem inúmeras ameaças
de morte. Começa a escrever um largo ensaio sobre Spinoza.
O editor italiano Franco María Ricci publica uma luxuosa
edição de El
congreso, fartamente ilustrada com miniaturas da
cosmologia tantra. Surgem suas Obras
Completas, em imenso volume reunindo meio século de
criação literária.
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1975
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A
televisão argentina produz o documentário Borges
sobre Borges, realizado por Carlos Gdansky Orgambide e
Adolfo M. García Videla. Aceita o convite de Franco María
Ricci para dirigir, na Itália, uma coleção de literatura
fantástica, intitulada La
biblioteca de Babel, para a qual prologa os três
volumes iniciais: Le morti concentriche, de Jack London, Lo specchio che fugge, de Giovanni Papini, e Storie sgradevolli, de León Bloy. Morre sua mãe. Baseado em
argumento seu e de Bioy Casares, Ricardo Luna dirige o filme
Los orilleros.
Estréia o filme El
muerto Cacique Bandeira, dirigido por Héctor Olivera,
baseado em um conto homônimo seu. Viaja para os Estados
Unidos, acompanhado de María Kodama. Publica
El libro de los prólogos,
El libro de los sueños,
El libro de arena
e La rosa profunda,
este último em edição ilustrada por Horácio Butler.
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1976
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Suas
obras são traduzidas para o iídiche. É condecorado pelo
governo chileno com a Ordem ao Mérito Bernardo O’Higgins.
Viaja àquele país para receber o título de Doutor Honoris
Causa da Universidade de Santiago. Encontra-se com o
general Pinochet. Ao apoiar o golpe militar que depõe o
governo peronista, provoca inúmeras reprovações no meio
intelectual europeu. Recebe o prêmio principal do Club de
los XIII, em Buenos Aires. Publica Cosmogonías
e La moneda de hierro,
este último em edição ilustrada por Antonio Berni.
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1977
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Dita
um ciclo de conferências no Teatro Coliseo de Buenos Aires,
posteriormente reunidas em livro sob o título de Siete
noches. Publica Historia
de la noche - poemas ilustrados por Ricardo Supisiche -,
Rosa y azul -
breve edição que reúne os contos “La rosa de
Paracelso” e “Tigres azules” - e Nuevos
cuentos de Bustos Domecq, este último em colaboração
com Bioy Casares.
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1978
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A
televisão argentina produz o documentário “Borges para
millones”, realizado por Ricardo Wullicher e Bernardo
Kamin. Viaja para a Suíça e o Egito. Recebe o título de
Doutor Honoris Causa da Universidade de Sorbonne.
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1979
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Participa
de homenagem realizada pela UNESCO a Victoria Ocampo,
falecida no ano anterior. Recebe condecoração da República
Federal Alemã e um prêmio da República de São Domingos.
A Secretaria de Cultura do Estado Argentino o homenageia
pela passagem de seus 80 anos. Submete-se a algumas pequenas
intervenções cirúrgicas. É precário seu estado de saúde.
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1980
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Surge
o filme A intrusa,
dirigido pelo cineasta Carlos Hugo Christensen, baseado em
seu conto homônimo. Recebe, na Espanha, o Prêmio
Cervantes. Publica
Siete noches.
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1981
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Recebe,
na Itália, o Prêmio Balzan, de filologia e lingüística,
e, no México, o Prêmio Ollin Yolizti. Surge a edição de Lo
mejor de Paul Groussac, onde assina o prólogo e a seleção
de textos. Publica
La cifra.
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1982
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Viaja
a Dublin, onde participa de homenagem a James Joyce. Publica
Nueve ensayos
dantescos.
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1983
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Recebe
o título de Comendador da Legião de Honra da França e a
Cruz de Alfonso X, o Sábio, em Santander. Viaja para os
Estados Unidos (Pensilvânia), onde se realiza um simpósio
sobre sua poesia. Com a queda do regime militar e a conseqüente
ascensão ao governo da democracia proposta por Raul Alfonsín,
revê suas posições políticas e o apoia exultante.
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1984
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Tem
início a série extensa de diálogos (de março deste ano a
setembro do seguinte) com Osvaldo Ferrari, gravados para a
Radio Municipal de Buenos Aires, que resultariam na publicação
de três volumes: Borges
en diálogo (1985), Libro
de diálogos (1986) e Diálogos
últimos (1987). Viaja para o Brasil, sempre acompanhado
de María Kodama, a convite da USP e da Folha
de São Paulo.
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1985
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Desenganado
pelos médicos, em função de um câncer no fígado, torna
María Kodama sua única herdeira e elege Genebra local de
sua morte. Muda-se então para a Suíça, dizendo a todos
tratar-se de uma longa viagem. Publica
Los conjurados.
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1986
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Casa-se
com María Kodama. Com ela, inicia estudos de japonês e
islandês, além de lhe ditar o roteiro de um filme sobre
Veneza. Morre na manhã de 14 de junho, ao lado apenas de
sua esposa e do amigo Hugo Bianciotti. É enterrado no cemitério
de Saint Georges, em Genebra.
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Parte
integrante do volume, ainda inédito, Memória de Borges (um
livro de entrevistas) [Organização, tradução, prólogo e
notas de Floriano Martins].
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