Marcelo Batalha


Rainha

Suas pernas que assombram, santas cruzadas que desvendam curvas tão amadas Me convocam Me amordaçam Me derretem por inteiro, em vão Seus lábios que entoam o sons de maior beleza que tremem, à toa, por incerteza Me desejam Me cortejam Me ferem, longe dos meus Seus olhos que brilham, pelos meus, na multidão que vigiam, com rigor, meu pobre coração Me provocam Me paralisam Me remetem às grandes loucuras Como podem pertencer a outrém ? Quem pode desejá-la com tal ardor ? Rainha, estrela do meu tormento Sem você não sou ninguém Ouve agora esse meu lamento Mal conheço a face do amor...


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *