Bastos Portela


Maldita

A uma fidalga egoísta

Passas... E, ao ver-te, a multidão murmura,
Numa febril agitação: - "É ela!
Como é divina! E que ideal candura
O seu olhar dulcíssimo revela!... E dizem outros: - "Haverá donzela
Que seja assim tão divinal e pura,
Ou que tenha - tão simples e singela! -
O mesmo encanto e a mesma formosura?!" Todos te exalçam, meu amor... Entanto,
Ninguém dirá que te maldigo tanto
E que no peito, infelizmente, encerro O desespero atroz de um desvairado
Que luta, em vão, aflito e apaixonado,
Para vencer teu coração de ferro!


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