Eduardo Bacelar

Brasília

Brasília que encanta, enfeitiça e amaldiçoa. Não fora feita para ser habitada. Seu único lago é artificial. como tudo mais nesta capital. Cidade do pôr de sol dos sete tons, Mascarando a ansiedade vivida pelo dia me envolve nas trevas da sua agonia. Cidade onde prevalece o mentiroso até no céu. Cidade dos Três falsos poderes: Corrupção, interesse, cobiça. Um misto de Brasil e hipocrisia. Será o símbolo de nossa nação? Cidade de patentes, Cidade de indigentes. Onde todos se conhecem, Onde todos se odeiam. Tem o céu estrelado, Os crimes mascarados. Capital decadente de um pais ascendente. Onde drogas substituem a falta de opção. Murmúrios, a falta de ação. Pobre de sua juventude sem coragem De ver o erro e conserta-lo. No passado, uma Brasília do futuro que envelheceu rápido demais. Brasília de um futuro, Que já não existe mais. Cidade isolada e desolada. Encobre um grande mal que nos atiça Da onde se conhece somente O que os jornais querem mostrar. Aqui querem decidir as nossas leis, Perguntaram se eu as quero? Leis e legados. Mudados pôr poucos trocados. Apertamentos parecem aumentar a distância De um povo sem historia. Que por alguma infelicidade do destino, Veio aqui parar. Quem pode de suas ruas foge, Viaja não mais querendo voltar. Sua forma a de um avião que esperam em vão decolar.


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