Alexandre S. Santos


Ano Novo

Desolada hora a que bate, vazia, destituída de sentido; nos repele, nos combate súbita e covardemente. Enlanguecidas descem as lágrimas, que por si sós choram o indefinível; e buscam os lábios na escuridão, o consolo de um sorriso. O coração não sei se bate, não importa. Só vejo trancas sem chaves, o desespero de portas que não dão a lugar algum. Desolada hora a que bate, vazia, destituída de sentido; nos repele, nos combate súbita e covardemente.


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