Álvaro Pacheco  
   
A INUTILIDADE
  

É inútil o coração 
e bem pequena a alma 
quando deles se aproxima o infinito 
como o dragão de Merlim. 
  

É difícil predizer o sono 
como não se prediz 
       o dia de ontem - 

é inútil a memória determinada 
quando tudo já foi lembrado 
como essas plantas 
que violam as pedras 
e sobrevivem às chuvas. 
  

É mais inútil a alma 
que não ultrapassa as chuvas 
como também o coração 
que não floresce nas pedras. 

Rio, janeiro 85.
 
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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  20  de  Agosto  de  1998