Álvaro Pacheco  
   
AS ESTÁTUAS
 

As estátuas 
nem sempre estão nos museus: 
saem todas as noites, 
(quando não há turistas), 
para espiar os namorados 
que fazem amor escandalosamente 
nos jardins públicos. 
  

Outras 
vão para o fundo do mar 
e podem ser descobertas e transar 
com algum escafandrista 
em pesquisa erótica. 
 
  

As estátuas testemunham 
o modelo da gente morta 
e algumas ainda guardam em seus ventres 
os dedos úmidos de Fídias. 

 
Joigny, setembro 91
 
pache06@ibm.net

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  20  de  Agosto  de  1998